quinta-feira, 16 de junho de 2011

O ANTROPÓLOGO

"Aquele que estuda o homem, analisando-o como um ser biológico, social e cultural, assim como suas relações com o ambiente"
O que é ser antropólogo?
O antropólogo e o profissional que estuda o homem e suas interações com a sociedade. Analisa o ser humano como um ser biológico, social e cultural, organizando as áreas do conhecimento antropológico, segundo aspectos sociais, políticos e culturais. Assim, a antropologia se relaciona com as chamadas ciências biológicas e culturais, sendo as primeiras com objetivo em estudar o ser físico e as segundas, o ser cultural.
É uma ciência que se preocupa em conhecer não o ser humano em sua totalidade, mas as divergentes culturas que o homem produziu, lhe conferindo os seguintes aspectos:

Ciência Social - propõe conhecer o homem enquanto elemento integrante de grupos organizados
Ciência Humana - volta-se especificamente para o homem como um todo, com sua história, suas crenças, usos e costumes, filosofia e linguagem
Ciência Natural - interessa-se pelo conhecimento psicossomático do homem e sua evolução

Quais as características necessárias para ser antropólogo?
A antropologia é uma ciência voltada principalmente para a pesquisa e investigação e estudo do homem e suas relações com o ambiente. Com isso, o profissional deve ter o gosto pela observação e ser bastante detalhista, para fazer uma análise coerente e substancial da realidade. Além disso, é importante apresentar as seguintes características:

capacidade de análise
capacidade de síntese
capacidade de observação
espírito investigativo
boa comunicação
gosto por pesquisas acadêmicas
habilidade para leitura
habilidade pela interpretação de dados
interesse por temas da atualidade
boa intertextualidade, para estudar o homem de hoje em comparação
com períodos anteriores
dedicação
interesse pelas ciências sociais

Qual a formação necessária para ser antropólogo?
Para ser tornar um antropólogo, é necessário obter o diploma de graduação no curso de Antropologia - Bacharelado, que tem duração média de quatro anos. Na universidade, o aluno terá disciplinas relativas às ciências sociais, antropologia clássica, estudando autores como Merleau Ponty, Claude Lèvi Strauss e Jean de Léry. Além disso, serão introduzidos conceitos de etnologia, estudos de cosmologias indígenas, estruturas sociais sul-americanas, pesquisa antropológica, culturas afro-descendentes e sua integração na sociedade brasileira, antropologia política e diversidade racial.

Principais atividades
Os profissionais desta área têm amplas funções na área acadêmica e em instituições privadas ou não. Suas atividades principais, nestas áreas, são:
Publicação de artigos sobre temas da atualidade, culturais ou artísticos em revistas especializadas ou para institutos e universidades
Ministrar aulas em ensino médio e superior, nas faculdades de publicidade e propaganda, jornalismo, relações públicas, psicologia, ciências sociais, antropologia, história, entre outras
Orientação de alunos em teses de mestrado e doutorado
Elaboração de análises sócio-culturais para órgãos públicos, empresas e entidades não-governamentais
Áreas de atuação e especialidades
O antropólogo pode atuar em diversas áreas, realizando pesquisas que contribuem para um melhor entendimento do homem como ser social, analisando-o em suas diferentes manifestações. Suas áreas de atuação são: em universidades, como pesquisador, professor universitário, assessorias, como de institutos e empresas (inclusive jornalísticas) e em veículos de comunicação, escrevendo colunas fixas sobre assuntos pré-determinados.
Entre as especialidades do antropólogo, há diversas escolas de estudo, sendo que o profissional se identifica com uma ou mais delas, baseando seus conceitos em suas particularidades teóricas e práticas. Mas, fundamentalmente, elas se dividem em:

Antropologia Física
Sua metodologia se centraliza na comparação fóssil-residual além do estudo comparativo de diferentes "tipos humanos". Objetiva compreender a adaptabilidade e variabilidade observáveis na humanidade. Em grande medida, a antropologia física se vincula a uma matriz disciplinar biofísica que tem como principal base as teorias evolucionistas. Está também significativamente associada aos estudos arqueológicos, tanto no estudo de grupos hominídeos pré-históricos, como em pesquisas etno-históricas visando estabelecer as diferentes trajetórias das sociedades de tradição oral, ou parcelas das sociedades de tradição escrita, das quais o registro escrito é pouco significativo ou inexistente.

Antropologia Cultural
A antropologia cultural tem raízes que remontam a Antiguidade Clássica, quando os primeiros relatos escritos acerca de outros povos iniciaram as discussões sobre a cultura dos mesmos. Também conhecida como Antropologia Social, esta vertente surge da necessidade de compreender a disparidade sócio-cultural, ou seja, a apreensão da visão de mundo expressa pelos comportamentos, mitos, rituais, técnicas, saberes e práticas de sociedades de tradição não-européias. Nas primeiras décadas de sua formação enquanto disciplina a Antropologia esteve ligada aos interesses de Estado. Nesse sentido, a corrente funcionalista inglesa, pensava a Antropologia como uma disciplina "aplicável" ou "útil" na consolidação das ambições de seu governo, sendo utilizada, portanto, para práticas colonialistas. A antropologia cultural abrange as seguintes áreas:

Antropologia do ciberespaço
Antropologia da música
Antropologia da guerra
Antropologia das populações afro-brasileiras
Antropologia das Sociedades complexas, entre outras

Mercado de Trabalho
Durante algum tempo, a formação em antropologia era voltada apenas para o meio acadêmico e para o serviço público. Porém, hoje se verifica uma expansão destes mercados. Observando a área acadêmica, pode-se perceber um aumento do ensino destas disciplinas em escolas de ensino médio, dadas as alterações feitas em provas de vestibular, que, em alguns estados, passaram a exigir disciplinas teóricas que antes não eram ministradas em curso regular. Além disso, o número de institutos de pesquisa e organizações não-governamentais que trabalham com movimentos sociais e fundações associadas às empresas, aumentou nos últimos anos, abrindo mercado para o antropólogo. Segundo profissionais do setor, o que mais influencia neste aumento da demanda é a complexificação da sociedade, que exige maiores especializações em diversas áreas, abrindo espaço para novos profissionais. Os locais que mais têm empregado estes profissionais, então, são ONGs, agências governamentais como o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), institutos de pesquisa de opinião pública - com crescimento promissor para os próximos anos - entidades indígenas, como a Funai (Fundação Nacional do Índio) e universidades.

Curiosidades
O surgimento do estudo antropológico gera debates entre os profissionais da área. Embora a grande maioria dos autores concorde que a antropologia se tenha definido enquanto disciplina só depois da revolução iluminista, a partir de um debate mais claro acerca de objeto e método, as origens do saber antropológico remontam à Antiguidade Clássica.
Embora não existisse como disciplina específica, o saber antropológico participou das discussões da filosofia, ao longo dos séculos. Durante a Idade Média, muitos escritos contribuíram para a formação de um pensamento racional, aplicado ao estudo da experiência humana, como é o fez o administrador francês Jean Bodin, estudioso dos costumes dos povos conquistados, que buscava, em sua análise, explicações para as dificuldades que os franceses tinham em administrar esses povos. Com o advento do movimento iluminista, este saber foi estruturado em dois núcleos analíticos: a Antropologia Biológica, de modo geral considerada ciência natural, e a antropologia Cultural, classificada como ciência social.
Até o século XVIII, o saber antropológico esteve presente na contribuição dos cronistas, viajantes, soldados, missionários e comerciantes que discutiam, em relação aos povos que conheciam, a maneira como estes viam a sua condição humana, cultivavam seus hábitos, normas, características, interpretavam os seus mitos, os seus rituais, a sua linguagem. Só no século XVIII, a Antropologia adquire a categoria de ciência, partindo das classificações de Lineu e tendo como objeto a análise das "raças humanas".
Com a publicação de dois livros, A Origem das Espécies , em 1859 e A descendência do Homem, em 1871, Charles Darwin principia a sistematização da teoria evolucionista. Partindo da discussão trazida à tona por estes pesquisadores, nascia a Antropologia Biológica ou Antropologia Física. A partir de então, a disciplina ganha forma e teóricos especializados no assunto, como Claude Lévi Strauss, Jean De Léry e Roberto da Matta (Brasil) surgiram, no século seguinte, contribuindo para a evolução do pensamento antropológico.

http://www.brasilprofissoes.com.br/profissoes/antrop%C3%B3logo

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