terça-feira, 22 de março de 2011

Antropologia e psicologia

A antropologia divide-se em antropologia cultural e antropologia física, cada uma destas com suas contribuições específicas para o estudo da mente e comportamento humano.
Em seu processo de construção abrigou diversas correntes de pensamento onde, como dito, as contribuições da psicanálise são relevantes.
Na antropologia cultural há de se considerar as aplicações da antropologia às emoções, saúde e à psicologia onde teoricamente, mas não sem conflitos, a psicanálise se insere.
Nessa última um ramo inquestionavelmente associado à psicanálise possui uma interface interdisciplinar com o segmento da antropologia que estuda a interação de processos simbólico-culturais e mentais ou cognitivos e uma área também comum à psicologia do desenvolvimento, que também analisa a forma como se realiza a socialização da criança dentro de um determinado grupo cultural. Essa interdiscplinariedade nos permite compreender melhor como a cultura modela a cognição humana, a percepção, ou a emoção, sexualidade, motivação e saúde mental.

Outras escolas da psicologia também possuem uma interface com a antropologia e disputam o domínio da ciência dos costumes da moral e da conduta humana, tal como compreendida antes do séc. XX, a saber por obras de Immanuel Kant, (1724 — 1804) e a persistência de algumas dessas concepções na esfera jurídica. Um bom exemplo, sem dúvida originado a partir das contribuições de Burrhus Frederic Skinner (1904 — 1990) é o esboço de uma antropologia comportamental proposta por Malott, Richard W. no seu artigo "Comportamento governado por regras e antropologia comportamental" (1988) a partir das contribuições de Marvin Harris (1907-2002) sobre o materialismo cultural  analisando os costumes indianos, o culto à vaca sagrada  e as regras de controle do comportamento, bem como os diversos tipos de contingências que as mantém.

Para Marcel Mauss, (1872-1950), praticamente o fundador da etnologia francesa, tanto a questão da independência relativa entre fatos de diversas ordens biológicas e psicológicas e fatos sociais como a relação entre os fatos psíquicos e fatos materiais da sociedade devem ser investigados.
Para esse autor os fenômenos psicológicos atuam como engrenagens (ainda não dimensionadas) entre o aparelho biológico / fisiológico e a ordem social. Entre as contribuições da sociologia que se distingue da psicologia coletiva por delimitar a morfologia (demográfica, estatística e histórica) do social em vez de lidar com abstração da coletividade, ou seja, da consciência (inspiração inconsciente) do grupo sem o seu substrato material e concreto.

Entre as principais contribuições das ciências sociais à psicologia segundo esse autor está a contextualização dos símbolos míticos e morais, um caminho já trilhado por Wilhelm Wundt (1832-1920) em sua Volkerpsychologie e pelo próprio Sigmund Freud (1856 – 1939) em ‘Totem e tabu’ como veremos em seguida, apesar das ressalvas contra esse último pela aproximação dos ritos e crenças à psicose.
A noção de psicose, segundo Mauss, é uma importante contribuição da psicologia às ciências sociais, esclarece alguns fenômenos coletivos como alucinações e sonhos coletivos associados ao fanatismo, vendeta em grupo, mitomania, loucura judiciária, alucinações do culto funerário etc. Destaca ainda como contribuições da psicologia às ciências sociais as noções de astenia e vigor mental, atividade simbólica e a noção de instinto

http://pt.wikipedia.org/wiki/Antropologia_e_psican%C3%A1lise

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