terça-feira, 22 de março de 2011

A antropologia interpretativa

Com cerca de vinte livros publicados, Clifford Geertz é provavelmente, depois de Claude Lévi-Strauss, o antropólogo cujas ideias causaram maior impacto na segunda metade do século XX, não apenas no que se refere à própria teoria e à prática antropológica mas também fora de sua área, em disciplinas como a psicologia, a história e a teoria literária.
Considerado o fundador de uma das vertentes da antropologia contemporânea -
a chamada Antropologia Hermenêutica ou Interpretativa.

Geertz, graduado em filosofia, inglês, antes de migrar para o debate antropológico, obteve seu PhD em Antropologia em 1956 e desde então conduziu extensas pesquisas de campo, nas quais se fundamentam seus livros, escritos essencialmente sob a forma de ensaio.
As suas principais pesquisas foram feitas na Indonésia e em Marrocos. Desiludiu-se com a metodologia antropológica, para Geertz excessivamente abstrata e de certa forma distanciada da realidade encontrada no campo, o que o levou a elaborar um método novo de análise das informações obtidas entre as sociedades que estudava.
Seu primeiro estudo tinha por objetivo entender a religião em Java.

Por fim foi incapaz de se restringir a apenas um aspecto daquela sociedade, que ele achava que não poder ser extirpado e analisado separadamente do resto, desconsiderando, entre outras coisas, a própria passagem do tempo.
Foi assim que ele chegou ao que depois foi apelidada de antropologia hermenêutica.
Sua tese começa defendendo o estudo de
"quem as pessoas de determinada formação cultural acham que são, o que elas fazem e por que razões elas creem que fazem o que fazem".
Uma das metáforas preferidas de Geertz, para definir o que fará a Antropologia Interpretativa, é a leitura das sociedades enquanto textos ou como análogas a textos.
A interpretação ocorre em todos os momentos do estudo, da leitura do "texto", pleno de significado, que é a sociedade na escrita do texto/ensaio do antropólogo, por sua vez interpretado por aqueles que não passaram pelas experiências do autor do texto escrito.
Todos os elementos da cultura analisada devem portanto ser entendidos à luz desta textualidade, imanente à realidade cultural.

Ideias centrais
A Antropologia Interpretativa analisa a cultura como hierarquia de significados, pretendendo que a etnografia seja uma "descrição densa", de interpretação escrita e cuja análise é possível por meio de uma inspiração hermenêutica.
É crucial a leitura da leitura que os "nativos" fazem de sua própria cultura.


Clifford James Geertz (São Francisco, 23 de agosto de 1926 — Filadélfia, 30 de outubro de 2006) foi um antropólogo estadunidense, professor da Universidade de Princeton em Nova Jérsei.


Geertz concordava com a idéia de Levi-Strauss de abordagem etnocêntrica (que o antropólogo estruturalista via como algo positivo) no estudo da área. Segundo Geertz, o risco do etnocentrismo é de aprisionar o ser humano em sua interpretação pessoal.
Geertz afirmou que o problema humano no estudo antropológico não é de estranhar o outro, mas de estranhar a si mesmo, e ele aconselhava os estudiosos a se conhecerem melhor antes de analisarem outras sociedades.

Algumas Obras
"A Interpretação das Culturas"
"Negara. The theatre-state in Bali"
"O Saber Local"
"Obras e Vidas"
"Nova Luz Sobre a Antropologia".
Observando o Islã - 1968 Ed. brasileira 2004
A interpretação das culturas - 1973. Ed. brasileira 1979 (condensada)
Saber local - 1983 Ed. brasileira 2004
Nova Luz Sobre a Antropologia - 2000 Ed. brasileira 2001

http://pt.wikipedia.org/wiki/Antropologia

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